O ex-presidente foi convidado para estar presente na posse do republicano, porém, o seu passaporte está retido pela Justiça
O ex-presidente da República Jair Bolsonaro (PL) publicou nesta quarta-feira (8) um vídeo que irrita a esquerda após receber convite para estar presente na posse de Donald Trump, que ocorrerá no dia 20 de janeiro.
No entanto, o passaporte de Jair Bolsonaro está retido pela Justiça, como consequência das investigações contra o ex-presidente, que foi indiciado pela Polícia Federal (PF), juntamente com outras 35 pessoas, por tentativa de golpe de Estado, organização criminosa e abolição violenta do Estado Democrático de Direito.
Mesmo com tal impedimento, Bolsonaro publicou um vídeo que irrita a esquerda no qual comemora o convite. Nas imagens, o ex-presidente aparece em frente a uma televisão exibindo a notícia e, sorrindo, afirma que estará presente – sem dizer como – para representar a direita brasileira.
“Fico muito feliz com esse convite. Estarei representando aí os conservadores da direita, o bem do povo brasileiro lá nos Estados Unidos, se Deus quiser”, disse Bolsonaro, mesmo sabendo que, por ora, não tem como comparecer à posse.
Bolsonaro pede passaporte de volta a Moraes para ir à posse de Trump
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou através de suas redes sociais nesta quarta-feira (8), que pediu ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, para reaver seu passaporte.
O objetivo, segundo Bolsonaro, é comparecer à posse do presidente americano Donald Trump.
Segundo o ex-presidente, seu advogado Paulo Bueno já encaminhou o pedido para ele, “assim poder atender a este honroso e importante evento histórico”.
O passaporte de Bolsonaro
O passaporte de Bolsonaro foi apreendido por determinação de Moraes no âmbito da operação Tempus Veritatis, que apura a existência de uma trama golpista no alto escalão do governo do ex-presidente.
A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) confirmou em outubro do ano passado a decisão individual do ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, que reteve o passaporte do ex-presidente Jair Bolsonaro e o proibiu de ter contato com investigados.
As restrições foram determinadas nas investigações que apuram a suposta tentativa de golpe de Estado no país e a venda irregular de joias recebidas pelo ex-presidente em viagens internacionais.
Moraes entendeu que as investigações da Polícia Federal (PF) estão em curso e não há justificativas para reforma da decisão que impede Bolsonaro de deixar o país.
Pelo mesmo motivo, o ministro também negou acesso do ex-presidente à delação de Mauro Cid, seu ex-ajudante de ordens.
A decisão foi tomada por unanimidade pelos ministros Flávio Dino, Luiz Fux, Cristiano Zanin, Cármen Lúcia, além de Moraes.
O julgamento ocorreu de forma virtual. Nessa modalidade, os ministros inserem os votos no sistema eletrônico e não há deliberação presencial.