Os militares acusados de participação em tentativa de golpe seguem recebendo visitas regulares de familiares e advogados no Batalhão de Polícia do Exército (BPE), em Brasília.
Os três militares, pertencentes ao grupo de elite do Exército conhecido como “kids pretos”, foram transferidos para o BPE no início de dezembro e permanecem sob custódia.
O general Mario Fernandes chegou à unidade no dia 5 de dezembro, acompanhado do tenente-coronel Rodrigo Bezerra Azevedo. O tenente-coronel Hélio Ferreira Lima foi transferido no dia 8.
Entre 6 e 19 de dezembro, Mario Fernandes recebeu seus advogados 11 vezes, além de visitas regulares da esposa, filhos, irmãos e mãe, conforme o Comando Militar do Planalto.
Já o tenente-coronel Hélio Ferreira Lima teve encontros com seus advogados cinco vezes no mesmo período, sendo visitado também por seus três filhos e esposa em diversas ocasiões.
Rodrigo Bezerra Azevedo, por sua vez, recebeu seu advogado apenas uma vez, no dia 10 de dezembro, enquanto sua família alternava visitas entre os dias 7 e 17.
Rotina dos presos no BPE
Conforme as Normas Administrativas para Prisão Especial, os militares presos têm direito a banho de sol, preferencialmente entre 10h e 12h, e quatro refeições diárias.
As visitas são realizadas em dias específicos, como terça, quinta e domingo, podendo ser alteradas pelo comando do batalhão em situações excepcionais.
Visitas íntimas são proibidas, assim como o uso de roupas consideradas inadequadas.
As acusações
O general Mario Fernandes teria supostamente liderado o planejamento da operação clandestina “Punhal Verde e Amarelo”, que visava atentar contra líderes políticos e autoridades do governo.
De acordo com a Polícia Federal, Fernandes teria agido como elo entre os manifestantes e figuras do governo Bolsonaro, coordenando atos para desestabilizar o Estado Democrático de Direito.
Rodrigo Bezerra Azevedo e Hélio Ferreira Lima também são acusados de planejar ações antidemocráticas em dezembro de 2022, incluindo a tentativa de eliminar altas autoridades do governo.
A PF indiciou 40 pessoas por crimes como golpe de Estado e organização criminosa, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro e o ex-ministro Braga Netto.
Conclusão
A prisão de militares sob acusações controversas expõe uma clara tentativa de criminalizar figuras associadas ao conservadorismo e à oposição ao atual governo.