Uma nova peça da engrenagem autoritária? A Polícia Federal conclui relatório que atinge 37 pessoas, enquanto indiciados apontam arbitrariedades.
O Brasil acompanha, mais uma vez, o desenrolar de um episódio que parece sair diretamente de um enredo pré-fabricado para satisfazer interesses obscuros.
A Polícia Federal, em seu relatório final, encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF), indiciou 37 nomes, incluindo figuras proeminentes, sob acusações de tentativa de golpe de Estado e organização criminosa.
Entre os indiciados estão o ex-presidente Jair Bolsonaro, militares de alta patente e até jornalistas.
No entanto, as respostas dos acusados escancaram aquilo que muitos já suspeitavam: uma tentativa explícita de manipular a narrativa pública e enfraquecer vozes opositoras.
Veja abaixo as reações dos envolvidos, que mostram o tamanho da insatisfação com o que consideram uma clara perseguição.
Jair Bolsonaro e as críticas diretas ao STF
Após ser indiciado, o ex-presidente Jair Bolsonaro foi às redes sociais denunciar a condução do inquérito por parte do ministro Alexandre de Moraes.
Segundo Bolsonaro, o processo está repleto de irregularidades e violação dos preceitos básicos da lei.
“O ministro Alexandre de Moraes conduz todo o inquérito, ajusta depoimentos, prende sem denúncia, faz pesca probatória e tem uma assessoria bastante criativa.
Faz tudo o que não diz a lei”, disparou o ex-presidente em entrevista ao portal Metrópoles. Bolsonaro, ao lado de seus advogados, já indicou que tomará as medidas cabíveis contra o que chama de “espetáculo jurídico-midiático”.
Walter Braga Netto: Defesa repudia divulgação tendenciosa
O general Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa, também foi alvo do relatório. Sua defesa, representada pelo escritório Prata Advocacia, repudiou o que chamou de “vazamentos seletivos” e enfatizou a falta de acesso prévio aos autos da investigação.
“Repudiamos a difusão de informações em primeira mão para veículos de imprensa alinhados, enquanto as partes interessadas ainda não tiveram acesso oficial”, declarou sua defesa.
Essa prática, que fere o devido processo legal, torna-se mais uma evidência de que a imparcialidade está longe de ser prioridade no caso.
Almir Garnier e o impacto internacional
Almir Garnier, almirante e ex-comandante da Marinha, também figurou na lista dos indiciados. Sua defesa foi categórica ao reafirmar a inocência do militar. “Não há provas concretas, apenas especulações que buscam atingir sua reputação impecável”, destacou seu advogado.
Paulo Figueiredo expõe perseguição política: “Gestapo de Moraes”
Diretamente dos Estados Unidos, o jornalista Paulo Renato Figueiredo Filho não poupou críticas ao inquérito. Ele classificou as acusações como parte de uma estratégia de intimidação por parte de “Moraes e sua máquina de repressão”. Em sua nota, Figueiredo afirmou que:
“Esta acusação é uma campanha de intimidação. É a GESTAPO de Moraes tentando silenciar a mim e meus esforços para alertar o público americano sobre a escalada autoritária no Brasil, cada vez mais alinhado com a China.”
Paulo também destacou que continuará exercendo suas liberdades e denunciando os abusos do atual governo em plataformas internacionais.
Tércio Arnaud e Marcelo Câmara: Defesa confia na Justiça
Os advogados de Tércio Arnaud e Marcelo Câmara afirmaram que o indiciamento carece de elementos concretos e denunciam a falta de imparcialidade na condução do inquérito.
Ambos destacaram que a inocência de seus clientes será comprovada, reforçando a necessidade de um Ministério Público isento.
“Não há qualquer prova que ligue Tércio e Marcelo às supostas condutas investigadas. O processo parece mais uma peça de teatro jurídico do que um inquérito sério e técnico”, disparou a defesa.
Padre José Eduardo: Sigilo rompido de forma ilegal
O padre José Eduardo, também citado no relatório, viu sua privacidade espiritual violada. Conversas sigilosas e confissões protegidas por tratados internacionais foram vasculhadas pela Polícia Federal. Seu advogado foi direto ao criticar o abuso de autoridade:
“Vasculharam conversas que possuem garantia de sigilo. Quem autorizou a quebra desse sigilo? Mais uma vez vemos um abuso que contamina toda a instituição”, afirmou o advogado Miguel Vidigal.
A verdade por trás do relatório
O que está em jogo aqui é mais do que o futuro de 37 indiciados. É o próprio Estado Democrático de Direito que está sendo colocado em xeque.
As acusações, em sua maioria baseadas em especulações, colocam em evidência a tentativa de calarem opositores políticos e reforçarem a narrativa de um governo que se afasta cada vez mais dos princípios democráticos.
Palavras-chave que marcam esse inquérito: abuso, perseguição, narrativa midiática e fragilidade das provas.
O Brasil sob um novo regime?
O relatório da Polícia Federal não é apenas um documento judicial. Ele reflete a clara tentativa de manipular a opinião pública, enquanto figuras importantes da oposição política são transformadas em alvos de uma máquina estatal que parece trabalhar para um lado só.
O que está acontecendo no Brasil é um aviso. Hoje são 37 indiciados, amanhã pode ser você. E você, vai ficar calado?