O Supremo Tribunal Federal (STF) informou que a delação premiada de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, foi mantida pelo ministro Alexandre de Moraes. A decisão ocorreu após o depoimento prestado nesta tarde, em que Cid prestou esclarecimentos a Moraes por mais de duas horas.
Cid foi chamado a prestar esclarecimentos após a PF identificar contradições em seu depoimento anterior e apontar omissões relacionadas a mensagens trocadas com militares da reserva sobre supostos planos golpistas no final de 2022.
Cid deve prestar esclarecimentos depois de um relatório da Polícia Federal apontar omissões e contradições entre seu depoimento da última terça-feira (19) e as descobertas dos investigadores sobre um plano para matar autoridades em 2022.
À PF, Cid afirmou que desconhecia a trama para assassinar o presidente Lula, o vice Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes. No entanto, as apurações sobre os preparativos surgiram a partir de conversas encontradas em seu celular.
O relatório da PF, enviado ao ministro Alexandre de Moraes, destacou que essas inconsistências poderiam configurar descumprimento das cláusulas do acordo de delação premiada, colocando em risco os benefícios negociados.
Indiciamento
Mauro Cid, o ex-presidente Jair Bolsonaro e outras 35 pessoas foram indiciadas nesta quinta-feira pela Polícia Federal por três crimes: tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e organização criminosa.