Congressistas norte-americanos, aliados do ex-presidente Donald Trump, iniciaram uma ofensiva contra o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes.
Quatro lideranças do Partido Republicano enviaram um ofício à Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), ameaçando cortar o financiamento do órgão caso não sejam tomadas ações contra Moraes.
A carta, enviada nesta quinta-feira (14/11) e assinada pelos deputados Christopher H. Smith, Maria Elvira Salazar, Darrel Issa e Carlos A. Gimenez, denuncia as ações do ministro brasileiro, especialmente em relação à rede social X (antigo Twitter), onde Moraes teria, segundo os congressistas, restringido a liberdade de expressão.
Eles alegam que suas decisões afetam “milhares de brasileiros e também cidadãos americanos que vivem ou possuem negócios no Brasil”.
O documento foi dirigido à presidente da CIDH, Roberta Clarke, e ao relator especial de liberdade de expressão, Pedro José Vaca Villarreal. Os congressistas afirmam que, em maio, solicitaram informações sobre a atuação da CIDH diante das supostas violações de liberdade de expressão promovidas por Moraes e foram ignorados.
“Desde então, a situação no Brasil piorou consideravelmente, como visto no bloqueio ilegítimo da plataforma X no país”, destaca a carta. Os parlamentares ressaltam que o desbloqueio só ocorreu após as eleições, alegando que a plataforma de Elon Musk foi coagida.
Os republicanos, que em breve terão maioria na Câmara e no Senado, reforçam seu compromisso em supervisionar o uso dos impostos dos americanos, incluindo o financiamento destinado à CIDH.
“Vamos permanecer atentos às suas respostas, pois elas irão informar nossas futuras ações e postura diante de pedidos orçamentários para esse propósito”, advertiram.
Além disso, Darrel Issa e Maria Elvira Salazar protocolaram um projeto que impede a entrada nos Estados Unidos de autoridades estrangeiras que promovam censura contra cidadãos americanos.
“O ministro do Supremo Tribunal Federal do Brasil, Alexandre de Moraes, é a vanguarda de um ataque internacional à liberdade de expressão contra cidadãos americanos como Elon Musk”, declarou Salazar.
Moraes, pressionado por suas ações e pela repercussão internacional, insiste que não mudará sua forma de atuar no STF, mesmo diante das críticas e das ações contrárias de lideranças republicanas americanas.