A Lava Jato segue, mas não no Brasil. O ex-presidente do Peru, Alejandro Toledo está condenado.
A Odebrecht pagou-lhe propinas no total de 35 milhões de dólares (equivalentes a 200 milhões de reais), segundo a Justiça, para facilitar contratos de construção da rodovia Interoceânica, que deu ao Brasil uma saída para o Oceano Pacífico, e de exploração de jazidas de gás.
Toledo lavou o dinheiro na compra de imóveis em Israel, usando uma empresa da Costa Rica, diz a documentação apresentada nos tribunais de Lima e da Califórnia pelos promotores da versão peruana da Lava Jato.É primeiro ex-presidente peruano condenado por corrupção na trama da empreiteira Odebrecht, desvelada a partir do Brasil na Operação Lava Jato.
Toledo está preso há três anos, parte deles na Califórnia (EUA) onde morava e dava aulas na Universidade de Stanford. Nesta segunda-feira (21), em Lima, ouviu da juíza Inés Rojas Contreras uma frase definitiva de uma dezena de palavras:
“Este colegiado assume o pedido feito pelo representante do Ministério Público.”
Para o homem de 78 anos – a mesma idade de Lula – que governou o Peru (de 2001 a 2006) significa uma condenação no que lhe resta de vida.
Pelo calendário judicial, ele só deverá sair da cadeia pouco antes de se tornar centenário – aos 98 anos de idade. Pena que aqui no Brasil os envolvidos não tiveram o mesmo destino.