Boulos gasta valor inacreditável dos cofres públicos para financiar militantes analfabetos, aponta Folha

15 de Outubro, 2024

COMPARTILHE ESTA NOTÍCIA:

Esquerda, tradicionalmente conhecida por sua mobilização orgânica, agora precisa financiar cabos eleitorais

Na corrida para a Prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos (Psol), o candidato, desembolsa R$ 6,2 milhões para assegurar a presença de militantes nas vias públicas. Esse valor é uma parcela de um custo total de R$ 51 milhões da campanha, de acordo com os registros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A apuração é da Folha de S.Paulo.

Os ativistas, reconhecidos por seus bandeiras e folhetos, são imprescindíveis em uma campanha onde a esquerda, tradicionalmente conhecida por sua “militância orgânica”, se ajusta à exigência de remunerar cabos eleitorais.

Nesse meio tempo, Ricardo Nunes (MDB), que é o prefeito atual da cidade, registra um total de despesas de R$ 44 milhões, sem especificar os valores destinados para a “militância de rua”.

Quando perguntado a respeito dos custos, Boulos expressou sua fé em uma campanha “de motivação, de verdade, de olho no olho”.

Um representante da campanha do candidato do PSOL enfatizou a relevância dos apoiadores para atingir os eleitores que não seguem publicidade política nas plataformas digitais ou convencionais.

“O fato de ele não ser governo faz com que precise atrair a atenção da população de alguma maneira, e não com realizações e obras, como o Nunes apresenta”, afirma à Folha o sociólogo Paulo Niccoli Ramirez, professor da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM).

Ramirez também observou uma “decadência desse modelo [corpo a corpo] nas ruas”, uma vez que a internet vem dominando as campanhas. De fato, as despesas de Boulos com a promoção de conteúdos nas redes sociais já superaram R$ 7 milhões — valor que ultrapassa o gasto com militância paga.

Militantes de Boulos recebem, em média, R$ 1.350 por mês

A investigação da Folha revelou que, em grande medida, a remuneração oferecida aos cabos eleitorais é aproximadamente R$ 1.350 mensais. Esse montante é destinado àqueles que desempenham o papel de divulgador. Os coordenadores de equipe recebem mais do que o dobro desse valor.

Conforme a matéria, o contrato de serviço do divulgador requer que ele realize “panfletagem, distribuição de folhetos, divulgação de candidatura por todos os meios permitidos por leis, inclusive eletrônicos”.

Em contrapartida, Ricardo Nunes não detalhou despesas com ativismo de rua em seu balanço financeiro. O maior gasto está ligado a “serviços prestados por terceiros”, totalizando R$ 17 milhões.

A campanha de Nunes não deixou claro se existe remuneração para os militantes que atuam nas ruas.As informações são da Revista Oeste.

COMPARTILHE: