A Procuradoria-Geral da República (PGR) manifestou-se contra a devolução do celular do perito Eduardo Tagliaferro, ex-chefe do setor de desinformação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O aparelho foi apreendido durante investigação conduzida pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), no inquérito sobre o vazamento de mensagens.
Segundo o procurador-geral da República, Paulo Gonet, o celular “continua sendo de interesse da investigação”, o que impede sua devolução neste momento. Agora, cabe a Moraes decidir se o aparelho permanecerá sob custódia da Polícia Federal para perícia.
A defesa de Tagliaferro, que recorreu ao STF para anular a apreensão, argumenta que a medida foi arbitrária, já que ele foi ouvido como testemunha. O celular foi confiscado após a defesa recusar sua entrega voluntária, e o delegado responsável já possuía um mandado de busca pessoal.
Alexandre de Moraes defendeu a apreensão ao destacar que a perícia no celular é essencial para o esclarecimento dos fatos relacionados ao vazamento das mensagens. Em sua decisão, o ministro considerou outros recursos da defesa como “confusos e sem fundamentação”.
A defesa de Tagliaferro, por sua vez, nega qualquer envolvimento no vazamento das conversas e questiona o fato de o inquérito ter sido convertido em petição, o que, segundo eles, seria uma estratégia para manter a investigação sob controle de Moraes e evitar a redistribuição do caso.
A investigação foi vinculada ao inquérito das fake news, que apura ataques e ameaças contra ministros do STF. Moraes argumenta que o vazamento pode estar relacionado a uma organização criminosa que busca desestabilizar as instituições republicanas.