O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) criticou neste domingo (5/1) a decisão da Justiça Federal que determinou à Polícia Federal (PF) a investigação de um soldado israelense em férias no Brasil, acusado de crimes de guerra na Faixa de Gaza. A acusação se refere a eventos ocorridos durante o conflito entre Israel e Hamas, que já dura mais de um ano.
Bolsonaro repostou nas redes sociais: “Em 2019, Israel foi um dos únicos países a enviar uma equipe para ajudar nas buscas em Brumadinho.
Hoje, o Estado brasileiro está colocando a Polícia Federal para investigar membros das Forças Armadas de Israel de férias no Brasil”. Essa declaração gerou grande repercussão, especialmente entre seus apoiadores, que destacaram a parceria histórica entre Brasil e Israel.
Acusação contra o soldado
A Fundação Hind Rajab (HRF), reconhecida por denunciar crimes de guerra e violações de direitos humanos, protocolou a denúncia contra o soldado das Forças de Defesa de Israel (FDI). Ele é acusado de participar da demolição de um quarteirão residencial na Faixa de Gaza, fora de situação de combate, em novembro de 2024. A área abrigava palestinos deslocados pela guerra, agravando a crise humanitária na região.
A HRF baseia sua denúncia no Estatuto de Roma, tratado que criou o Tribunal Penal Internacional (TPI), do qual o Brasil é signatário desde 2002. Apesar das acusações, o soldado retornou a Israel neste domingo (5/1), conforme informado pela mídia estatal israelense.
Contexto e repercussões
A Faixa de Gaza, epicentro do conflito entre Israel e Hamas, enfrenta uma crise humanitária profunda. A decisão da Justiça brasileira gerou debate acirrado, com críticas ao governo e preocupações sobre a relação diplomática Brasil-Israel. Enquanto apoiadores de Bolsonaro veem a ação como um ataque a um aliado, setores da esquerda defendem o cumprimento dos tratados internacionais.
Conclusão
A postura do governo federal ao permitir tal investigação pode ser vista como contraditória, considerando o apoio histórico de Israel ao Brasil. Essa decisão não só enfraquece laços diplomáticos, mas também coloca em xeque a coerência da política externa nacional.