Presidente de extrema direita encerrou o Centro Cultural da Memória Haroldo Conti, espaço destinado a lembrar os horrores do regime que assassinou 30 mil pessoas em sete anos
A sanha incendiária de Javier Milei parece mesmo não encontrar barreiras. Ele determinou o fechamento do Centro Cultural da Memória Haroldo Conti, um dos mais importantes museus sobre a Ditadura Militar Argentina (1976-1983), um período sombrio comandado a maior parte do tempo pelo general Jorge Rafael Videla e o almirante Emilio Eduardo Massera, dois psicopatas que conduziram um regime que assassinou mais de 30 mil pessoas em sete anos, visto amplamente por historiadores como a mais brutal das ditaduras da América Latina.
Haroldo Conti, que dá nome ao espaço encerrado por uma portaria publicada em 31 de dezembro e que entrou em vigor nesta sexta-feira (3), foi um professor, jornalista e escritor assassinado em 1976 por uma unidade de inteligência do Exército Argentino, cujo cadáver segue desaparecido até hoje.
A notícia sobre o fim do Centro Cultural da Memória Haroldo Conti foi confirmada pelo secretário nacional de Direitos Humanos da Argentina, Alberto Baños, sob o argumento oficial de que o governo de Milei está “reestruturando” vários setores da máquina pública para enxugar gastos, embora seja notória sua admiração pelo mais nefasto e sangrento período histórico do país.