O ex-presidente Jair Bolsonaro espera que o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, apoie seu retorno político nas eleições de 2026 no Brasil, apesar do indiciamento por ser o mentor do suposto plano de golpe de Estado que tinha como objetivo a execução do presidente Lula, do vice Geraldo Alckmin e do ministro do STF, Alexandre de Moraes. Bolsonaro concedeu uma entrevista, publicada na quinta-feira (28), ao jornal Wall Street Journal.
O jornal norte-americano informou que Bolsonaro aposta em Trump para pressionar os ministros do Supremo Tribunal Federal e conseguir o adiamento da aplicação da decisão judicial que o deixou inelegível até 2030 por denunciar, sem fundamento, o sistema de votação do Brasil antes das eleições de 2022, nas quais foi derrotado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
— Trump está de volta, e é um sinal de que nós também estaremos de volta — disse Bolsonaro, que, segundo o jornal, está em contato próximo com o republicano desde sua vitória eleitoral no início de novembro.
Um porta-voz da nova administração de Trump não respondeu a um pedido de comentário, segundo o Wall Street Journal.
A Polícia Federal indiciou Bolsonaro de participar em uma conspiração em 2022 para impedir a posse do presidente Lula e de ter “pleno conhecimento” de um suposto plano para matar o atual chefe de Estado.
Ele é acusado ao lado de outras 36 pessoas, em um relatório da PF que foi divulgado esta semana. O procurador-geral da República, Paulo Gonet, deve decidir se denuncia o ex-presidente e os demais investigados pelos crimes apontados pela polícia, arquiva o expediente ou solicita novas diligências.