O ditador Nicolás Maduro está muito mal assessorado em sua mais recente onda de ataques contra o Brasil.
Faz mais de uma semana que ele alardeia para o mundo e para o público interno venezuelano a sua própria derrota.
É o regime chavista que não deixa esquecer que a Venezuela ficou isolada até mesmo nos Brics, grupo de países que inclui Brasil, Rússia e China.
E ficou isolada porque o governo brasileiro vetou o ingresso do país nos Brics, depois que Maduro preferiu fraudar as eleições presidenciais que – tudo indica – ele perdeu por ampla margem para a oposição e esconder as atas das seções eleitorais.
Nas palavras do assessor especial de assuntos internacionais, Celso Amorim, na Câmara dos Deputados:
“O Brasil concordou com Cuba (nos Brics) e não concordou com a Venezuela porque existe esse mal estar (nas relações). Eu espero que possa se dissolver a medida que as coisas lá se normalizem, os direitos humanos sejam respeitados, as eleições transcorram com normalidade, as atas apareçam, enfim, coisas desse tipo”, afirmou.
De forma quase incompreensível, o governo brasileiro acreditou que Maduro concordaria com eleições limpas e até, quem sabe, poderia vencê-las. Foi testemunha do acordo de Barbados, que trouxe inclusive os americanos para a mesa de negociação. Os Estados Unidos retiraram as sanções econômicas em troca do compromisso da Venezuela de um pleito justo.
Deu-se o contrário e o esperado em ditaduras: o sucessor de Hugo Chávez perdeu por larga margem e optou pela fraude.
Diante da derrota, Maduro escondeu as atas das sanções eleitorais, perseguiu e prendeu opositores.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e seus assessores erraram em acreditar nas credenciais supostamente democráticas de Maduro, mas não gostaram de se verem enganados pelo aliado e agora estão sendo coerentes, apesar da insatisfação interna de uma ala do PT.
O Brasil, portanto, se recusa a reconhecer a vitória de Maduro e segue fazendo pressão internacional.
Irritado, Maduro apela:
– O procurador-geral da Venezuela acusou Lula de “forjar” a queda que sofreu no banheiro do Palácio da Alvorada para não participar da cúpula dos Brics.
– Altos funcionários do regime chavista chamam Amorim de “mensageiro do imperialismo americano”. A frase chega a ser ridícula. Ex-ministro, Amorim pode ser acusado de viés antiamericano, nunca do contrário.
– A polícia da Venezuela publica a bandeira do Brasil e uma foto de Lula borrada com uma ameaça de “quem mexe com a Venezuela se dá mal”.
Depois de tantas barbaridades, o Itamaraty reage com uma nota educada, e a chancelaria venezuelana diz que o Brasil utiliza o acordo de Barbados como “artimanha” para se imiscuir em assuntos internos do país.
Parece que faz tempo que o ditador esqueceu que acordos internacionais não são “artimanhas”. Devia pelo menos ser esperto e entender a hora de seguir em frente.