O ex-presidente Jair Bolsonaro tem intensificado suas articulações políticas, fazendo apelos a senadores aliados para que priorizem suas reeleições em 2026 em vez de disputar governos estaduais.
Essa estratégia visa fortalecer a bancada de direita no Senado e, eventualmente, garantir uma maioria qualificada de 54 senadores necessária para possíveis pedidos de impeachment de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) a partir de 2027, quando ocorrerá a renovação de 2/3 da Casa Legislativa.
Na última semana, Bolsonaro realizou reuniões no Senado para consolidar o apoio do PL à candidatura de Davi Alcolumbre (União-AP) à presidência do Senado em 2025.
Em uma dessas reuniões, o ex-presidente pediu pessoalmente ao senador Marcos Rogério (PL-RO) que buscasse a reeleição ao Senado em vez de concorrer ao governo de Rondônia.
O líder do PL no Senado, Carlos Portinho (RJ), também recebeu sinal verde de Bolsonaro para seguir a mesma linha e tentar sua reeleição em 2026.
Apesar dessas movimentações, o tema do impeachment de ministros do STF não foi abordado diretamente nas conversas com Alcolumbre.
Os aliados de Bolsonaro reconhecem que, por buscar apoio de partidos governistas, Alcolumbre não pode se comprometer com uma agenda anti-STF antes das eleições internas que definirão o próximo presidente do Senado, sucessor de Rodrigo Pacheco (PSD-MG).