O líder da oposição, Rogério Marinho (PL-RN), anunciou na tarde desta quarta-feira (30) que a bancada do PL, a segunda maior do Senado com 14 senadores, apoiará Davi Alcolumbre (União-AP) na disputa pela Presidência da Casa, marcada para fevereiro do próximo ano.
Marinho explicou que, para o partido, é estrategicamente importante apoiar Alcolumbre para garantir respeito à proporcionalidade na ocupação das comissões permanentes, o que permitirá ao PL avançar em pautas relevantes.
Com ampla vantagem, Alcolumbre já obteve o apoio de cinco bancadas: PL (14 senadores), União (7), PP (7), PSB (4) e PDT (3), totalizando 35 parlamentares. Para vencer, ele precisará de 41 votos.
Nesta terça (29), uma liderança do PSD, partido com 15 senadores, indicou que as negociações para formalizar o apoio a Alcolumbre estão avançadas, destacando a proximidade do atual presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), com o candidato.
Caso se unam PSD, PL, União, PP, PSB e PDT, Alcolumbre terá 50 votos. Com o apoio do MDB, que tem 10 senadores, e do PT, com nove, o total sobe para 69, em um cenário de 81 cadeiras no Senado.
Constitucionalmente, Alcolumbre não pôde tentar a reeleição em 2021, pois a norma só permite a recondução para presidentes do Senado e da Câmara quando há nova legislatura.
Assim, o senador assumiu a presidência da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa e apoiou Pacheco para o cargo mais alto da Casa.
O poder de Alcolumbre também advém de sua influência na destinação de recursos a estados, por meio de emendas de comissão, atualmente suspensas pelo STF devido a falta de transparência. Nessas emendas, o autor que direciona os recursos permanece anônimo.
O líder do MDB, Eduardo Braga (AM), declarou na terça que Alcolumbre é um “fortíssimo candidato”, mas o partido ainda se reunirá para definir sua posição.
O PT, embora ainda não tenha formalizado uma decisão, recebeu sinalização positiva de Lula, que indicou apoiar a candidatura de Alcolumbre.
Já os 6 senadores do Podemos discutiram o tema, mas ainda não chegaram a um consenso. Outros partidos, como Republicanos (4 senadores), Novo (1) e PSDB (1), também permanecem indefinidos.
Soraya Thronicke (Podemos-MS) e Eliziane Gama (PSD-MA), representantes da bancada feminina, discutiram a possibilidade de uma candidatura própria, e Marcos Pontes (PL-SP) anunciou na terça-feira sua intenção de concorrer.
Apesar disso, Marinho planeja dialogar com Pontes para que ele endosse o nome de Alcolumbre.