“Houve agora uma concorrência, uma licitação… Venceram os judeus, o povo de Israel, mas, por questão da guerra, do Hamas, os grupos políticos… Nós estamos com essa licitação pronta, mas, por questões ideológicas, nós não podemos aprovar”. O ministro da defesa José Múcio disse isso em evento com a Confederação Nacional da Indústria em Brasília nesta terça-feira, 8 de outubro.
Múcio não deu detalhes da licitação. Mas, tudo indica que ele se referia à compra de 36 blindados israelenses. O caso veio a tona no início de setembro.
Quem travou a licitação foi o assessor especial da Presidência para assuntos internacionais e ex-chanceler Celso Amorim, segundo reportagem do Uol.
Ao longo de sua fala nesta terça, Múcio também apontou outros exemplos de interferência ideológica em licitações. Ele relembrou o caso do veto à venda de munições de tanque à Alemanha em 2023 por receio de seu uso pelo Exército da Ucrânia na guerra contra a Rússia.
“Temos uma munição no Exército que não usamos. Fizemos um grande negócio. Não faz, porque senão o alemão vai mandar pra Ucrânia e a Ucrânia vai usar contra a Rússia e a Rússia vai mexer nos nossos acordos de fertilizantes”, disse Múcio.
Para o deputado federal Kim Kataguiri (União Brasil-SP), “o governo Lula assume que é antissemita” com a fala do ministro da Defesa.
“É o governo que, desde o atentado do Hamas contra Israel em 7 de outubro do ano passado, tem se aliado ao que há de pior na política externa, condenado o Estado de Israel por exercer seu direito à autodefesa, e passando pano para grupos terroristas que querem o fim da única democracia do Oriente Médio. Vamos convocar o Ministro na Comissão de Fiscalização da Câmara para que ele explique direitinho por que essa licitação não foi autorizada pelo seu devido vencedor”.
Nosso país, reconhecidamente hospitaleiro, generoso e tolerante com todas as raças e credos tem sido contaminado, desde o início da guerra de Israel contra o Hamas, pela onda de antissemitismo que infelizmente se alastra, mais uma vez, pelo mundo.
Esse ódio nefasto, como é fácil constatar, está, nos dias atuais, amplamente disseminado entre os militantes e ideólogos da extrema esquerda.