O canal Flow Podcast enfrentou uma forte reação negativa após a realização do debate político na última terça-feira, 23, que contou com a participação do candidato à prefeitura de São Paulo, Pablo Marçal.
De acordo com a plataforma de monitoramento SocialBlade, o canal perdeu aproximadamente 50 mil inscritos logo após o fim do evento, o que gerou um saldo negativo de 40 mil seguidores. O público acusa o podcast de ter agido de forma parcial e articulada para prejudicar Marçal, o que teria motivado a debandada em massa.
O vídeo do debate, que já alcançava 7 milhões de visualizações, foi alvo de uma onda de desaprovação, registrando mais de 30 mil dislikes e 35 mil comentários, dos quais 90% indicaram que deixaram de seguir o canal devido à parcialidade percebida durante a transmissão.
Segundo muitos espectadores, a equipe do Flow teria favorecido outros candidatos, como Tábata Amaral e Guilherme Boulos, ao estruturar o debate de forma que Pablo Marçal fosse preterido e não tivesse oportunidade de confrontar diretamente seus adversários.
O evento começou a levantar suspeitas do público logo no início, durante o sorteio de ordem de fala dos candidatos, realizado em uma caixa transparente que acabou deixando Marçal para o final do debate.
Além disso, uma das perguntas, feita por um professor da FGV, que chamou o ex-presidente Jair Bolsonaro de “negacionista”, foi vista como uma tentativa de desviar o foco das questões municipais e alfinetar Marçal, conhecido por seu alinhamento político com pautas conservadoras.
O ponto de maior tensão ocorreu durante as considerações finais. Após Datena desrespeitar as regras do debate com ataques diretos a Marçal, o mediador Carlos Tramontina, ex-jornalista da Rede Globo, fez apenas uma advertência tardia ao apresentador.
Quando chegou a vez de Marçal falar, ele afirmou que a Polícia Federal prenderia o atual prefeito Ricardo Nunes, sendo interrompido por Tramontina três vezes. Marçal, visivelmente insatisfeito com a diferença de tratamento, decidiu deixar o palco do debate.
A situação piorou quando, após a saída de Marçal, um assessor do candidato começou a filmar o jornalista Duda Lima, que fez comentários zombeteiros sobre a expulsão. Em seguida, Duda tentou derrubar o celular do assessor, o que resultou em um confronto físico entre os dois.
Enquanto o Flow Podcast enfrentava um prejuízo significativo em suas redes sociais, perdendo também mais de 6 mil seguidores no Instagram, o perfil oficial de Pablo Marçal (@pablomarcalporsp) registrou um crescimento impressionante, ganhando mais de 46 mil seguidores após o debate.
Isso indica que, apesar da controvérsia, a percepção de parcialidade acabou favorecendo o candidato.
O episódio foi classificado por muitos internautas como o pior debate já realizado, devido à clara parcialidade e ao desrespeito às regras estabelecidas.
A imagem do Flow Podcast, que até então era bem vista por sua suposta imparcialidade e abertura ao diálogo, foi duramente atingida, deixando um alerta sobre os impactos da condução de debates políticos em plataformas digitais.