General entra na mira do sistema por atos do 8 de janeiro

18 de Setembro, 2024

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A Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu que a Polícia Federal (PF) continue investigando o possível envolvimento do deputado federal General Girão (PL-RN) nos atos de 8 de janeiro. O procurador-geral da República, Paulo Gonet, quer um detalhamento sobre o “grau de envolvimento” do deputado nos eventos que estão sendo apurados.

Em um relatório enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF) em outubro do ano passado, a PF apontou que Girão teria cometido “crimes” ao incentivar seus seguidores a pedir uma intervenção militar. As acusações se baseiam em declarações feitas pelo deputado, que questionava o sistema eleitoral e as decisões do Judiciário.

General Girão | Foto: Reprodução

Em depoimento, General Girão negou as acusações, afirmando que suas menções aos militares foram feitas de maneira genérica e “nos limites da Constituição”.

O documento da PF indicava que havia “elementos suficientes para sustentar a ocorrência dos crimes e a responsabilização do deputado por sua conduta”.

Encaminhado à PGR, o relatório motivou um novo parecer de Gonet, que solicitou diligências adicionais. Ele pediu que a PF investigue a recente atuação de Girão nas redes sociais, em especial postagens de conteúdo antidemocrático feitas no contexto dos atos de 8 de janeiro, e que sejam identificadas as datas dessas publicações.

Ainda em dezembro de 2022, o deputado discursou para manifestantes em frente a um quartel do Exército em Natal (RN), onde afirmou que “o Estado brasileiro entrega aos militares o direito de usar a violência em seu nome para a defesa do Estado brasileiro”.

A PF interpretou que o deputado considerou como “legítimo” o movimento que questionava o resultado das eleições e pedia intervenção militar, incentivando os manifestantes a manter a pressão em frente aos quartéis.

Durante seu depoimento, Girão alegou que sua presença no local foi “casual” e que apenas se pronunciou após ser reconhecido pelos manifestantes. Ele defendeu que seu discurso sobre o papel dos militares tratava de um “direito genérico de uso da força dentro dos limites constitucionais”, e negou qualquer envolvimento ou conhecimento prévio dos atos violentos subsequentes.

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